Certo dia no passado
Viajei para
Tatuí,
Esposa e
filhos ao meu lado
Com mamãe
lá na rua Humaitá
Disse-me:
filho é aqui...
Era assim
mesmo como está!
De portas
para a rua o casarão,
Cadeiras
postas na calçada;
Porta e
janela na cor azulão,
Com tábuas
largas assoalhada.
Mamãe a seu
modo pede água,
A uma
senhora na cadeira sentada
Ainda
existe gente boa por lá.
Acreditem,
ela nos convida para entrar
Da porta
para a rua até a cozinha
À esquerda
os quartos no longo corredor
Mamãe pegando-me
pela mão
Aponta-me o
primeiro quarto
À esquerda
do lado do coração,
E dizendo
com todo amor
Filho! Você
nasceu aqui...
Indescritível
e única emoção
Quase fez
meu coração parar:
Por isso é
que desejo exclamar,
Este solo é
meu rincão*, a minha Tatuí.
[Mauro
Martins Santos]
*A cidade de Tatuí foi uma das rotas principais dos Tropeiros vindos principalmente de Viamão….eles passavam por Tatuí, alguns ficavam aqui e outros continuavam até Sorocaba, onde existia um intenso comercio de solípedes. Todos vindos do Rio Grande do Sul, com suas mulas e cavalos
Homenagem ao genial escritor, poeta e jornalista Paulo Setúbal conterrâneo de Tatuí-SP.
Homenagem ao genial escritor, poeta e jornalista Paulo Setúbal conterrâneo de Tatuí-SP.
Aqui, na
solidão destes pinheiros graves,
Eu venho,
muita vez, a sós, pela noitinha,
Ouvir a
natureza incompreendida, a minha
Amada, a
minha amiga, a minha confidente!
Ouvir a
natureza incompreendida, a minha
Essa
apagada voz de surdinas estranhas,
Que vem dos
ribeirões, que sobe das montanhas,
E acorda,
dentro d’alma, em nossa soledade,
Um místico
pungir de mágoa e de saudade.
Ah! cada
árvore tem uma íntima linguagem!
Ah! cada
árvore tem, fremindo na ramagem,
Uma alma
como nós, que nós não vislumbramos,
Mas que
vibra no ar e palpita nos ramos...
Já
repararam quando as brisas vespertinas
Sopram,
como, a gemer, sofrem as casuarinas?
E choram os
chorões? soluçam os pinheiros?
Murmuram os
ipês e cantam os coqueiros
Quando o
vento, a passar, balouça-os palma a palma?
Homens,
reparai bem que as árvores têm alma!
Reparai que
à noitinha, à luz do lusco-fusco,
O ruído, os
sons da vida, estacam-se de brusco,
E cada
árvore fica imersa num cismar
De quem
compreende e sente a dor crepuscular...
Oh! vós que
respirais a poeira da cidade,
Vós nunca
entendereis a doce suavidade,
A música
dorida, a estranha nostalgia,
Que vem da
solidão quando desmaia o dia!
Vós nunca
entendereis essa rude grandeza.
Essa
infinita paz, essa imensa tristeza,
Que sai do
coração da mata bruta, quando
Resplandecem
no céu os astros palpitando...
É preciso
viver longe da turba humana,
Longe do
mundo vão, longe da vida insana,
Para
sentir, amar, ouvir essa tristeza,
Que exala,
ao pôr do sol, a maga natureza!
Ai! Quanta
vez, eu fico a sós, pela noitinha,
Ouvindo a
natureza, a inspiradora minha!
Ouvindo o
pinheiral com seu gemer infindo,
Ouvindo a
noite, ouvindo as árvores, ouvindo
Os ventos,
e na volta exígua duma curva,
Ouvindo o
ribeirão de correnteza turva,
Que vai,
soturno, uivando o estrépito das águas,
Consigo
rebramando incompreendidas mágoas...
E assim, no
ermo da tarde, escutando, enlevado,
Esse vago
murmúrio, esse rumor sagrado,
Eu quedo-me
a cismar num êxtase de crente,
Como se eu
estivesse a ouvir, confusamente,
A própria
voz de Deus ecoar na solidão,
Povoar a
natureza e encher meu coração...
PAULO
SETÚBAL
In Alma
Cabocla (Sertanejas), 1920
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Árvore com aproximadamente 30m de altura recebeu 1,2 mil lâmpadas.
Casa do Papai Noel e exposição de mesas também atraem visitantes.
Do G1
Itapetininga e Região
Quem passar
pela Praça Martinho Guedes, o popular Jardim da Santa, em Tatuí (SP), poderá conferir o ‘Pinheirão
de Natal’, uma das atrações da decoração natalina da cidade. A árvore com
aproximadamente 30 metros de altura recebeu 1,2 mil lâmpadas de 30 watts cada
uma.
De acordo
com o secretário de Cultura, Turismo, Esporte, Lazer e Juventude, Jorge Rizek,
o pinheirão é um dos símbolos tradicionais do Natal na cidade. Desde a década
de 1950 ele é decorado para comemorar o 25 de dezembro.
O
Secretário explica que o pinheiro era maior, mas ele foi atingido por um raio
que provocou a quebrada da parte superior na década de 1960. “A tradição
começou quando um grupo de jovens decidiu fazer a iluminação. Isso virou
tradição e a prefeitura assumiu a iniciativa de fazer a decoração anualmente.
Antes do raio, o pinheiro foi considerado a maior árvore de Natal do mundo.
Inclusive há postais dele”, comenta o secretário.
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