domingo, 8 de outubro de 2017

TATUÍ - A TERRA ONDE NASCI - POESIA E GRANDE PINHEIRO DE NATAL

Mauro Martins Santos
Tatui -SP - 1946









TATUÍ - A TERRA ONDE NASCI

Certo dia no passado
Viajei para Tatuí,
Esposa e filhos ao meu lado
Com mamãe lá na rua Humaitá
Disse-me: filho é aqui...
Era assim mesmo como está!
De portas para a rua o casarão,
Cadeiras postas na calçada;
Porta e janela na cor azulão,
Com tábuas largas assoalhada.
Mamãe a seu modo pede água,
A uma senhora na cadeira sentada
Ainda existe gente boa por lá.
Acreditem, ela nos convida para entrar
Da porta para a rua até a cozinha
À esquerda os quartos no longo corredor
Mamãe pegando-me pela mão
Aponta-me o primeiro quarto
À esquerda do lado do coração,
E dizendo com todo amor
Filho! Você nasceu aqui...
Indescritível e única emoção
Quase fez meu coração parar:
Por isso é que desejo exclamar,
Este solo é meu rincão*, a minha Tatuí.

[Mauro Martins Santos]


*A cidade de Tatuí foi uma das rotas principais dos Tropeiros vindos principalmente de Viamão….eles passavam por Tatuí, alguns ficavam aqui e outros continuavam até Sorocaba, onde existia um intenso comercio de  solípedes. Todos vindos do Rio Grande do Sul, com suas mulas e cavalos





Homenagem ao genial escritor, poeta e jornalista Paulo Setúbal conterrâneo de Tatuí-SP.



Praça onde se localiza o Museu Paulo Setúbal





















À SOMBRA DAS ÁRVORES

Aqui, na solidão destes pinheiros graves,
Eu venho, muita vez, a sós, pela noitinha,
Ouvir a natureza incompreendida, a minha
Amada, a minha amiga, a minha confidente!

Ouvir a natureza incompreendida, a minha
Essa apagada voz de surdinas estranhas,
Que vem dos ribeirões, que sobe das montanhas,
E acorda, dentro d’alma, em nossa soledade,
Um místico pungir de mágoa e de saudade.

Ah! cada árvore tem uma íntima linguagem!
Ah! cada árvore tem, fremindo na ramagem,
Uma alma como nós, que nós não vislumbramos,
Mas que vibra no ar e palpita nos ramos...

Já repararam quando as brisas vespertinas
Sopram, como, a gemer, sofrem as casuarinas?
E choram os chorões? soluçam os pinheiros?
Murmuram os ipês e cantam os coqueiros
Quando o vento, a passar, balouça-os palma a palma?
Homens, reparai bem que as árvores têm alma!
Reparai que à noitinha, à luz do lusco-fusco,
O ruído, os sons da vida, estacam-se de brusco,
E cada árvore fica imersa num cismar
De quem compreende e sente a dor crepuscular...

Oh! vós que respirais a poeira da cidade,
Vós nunca entendereis a doce suavidade,
A música dorida, a estranha nostalgia,
Que vem da solidão quando desmaia o dia!

Vós nunca entendereis essa rude grandeza.
Essa infinita paz, essa imensa tristeza,
Que sai do coração da mata bruta, quando
Resplandecem no céu os astros palpitando...
É preciso viver longe da turba humana,
Longe do mundo vão, longe da vida insana,
Para sentir, amar, ouvir essa tristeza,
Que exala, ao pôr do sol, a maga natureza!

Ai! Quanta vez, eu fico a sós, pela noitinha,
Ouvindo a natureza, a inspiradora minha!
Ouvindo o pinheiral com seu gemer infindo,
Ouvindo a noite, ouvindo as árvores, ouvindo
Os ventos, e na volta exígua duma curva,
Ouvindo o ribeirão de correnteza turva,
Que vai, soturno, uivando o estrépito das águas,
Consigo rebramando incompreendidas mágoas...

E assim, no ermo da tarde, escutando, enlevado,
Esse vago murmúrio, esse rumor sagrado,
Eu quedo-me a cismar num êxtase de crente,
Como se eu estivesse a ouvir, confusamente,
A própria voz de Deus ecoar na solidão,
Povoar a natureza e encher meu coração...


PAULO SETÚBAL

In Alma Cabocla (Sertanejas), 1920



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Pinheirão de Natal’ é atração, em Tatuí, SP

Árvore com aproximadamente 30m de altura recebeu 1,2 mil lâmpadas.
Casa do Papai Noel e exposição de mesas também atraem visitantes.
Do G1 Itapetininga e Região


Quem passar pela Praça Martinho Guedes, o popular Jardim da Santa, em Tatuí (SP), poderá conferir o ‘Pinheirão de Natal’, uma das atrações da decoração natalina da cidade. A árvore com aproximadamente 30 metros de altura recebeu 1,2 mil lâmpadas de 30 watts cada uma.

De acordo com o secretário de Cultura, Turismo, Esporte, Lazer e Juventude, Jorge Rizek, o pinheirão é um dos símbolos tradicionais do Natal na cidade. Desde a década de 1950 ele é decorado para comemorar o 25 de dezembro.

O Secretário explica que o pinheiro era maior, mas ele foi atingido por um raio que provocou a quebrada da parte superior na década de 1960. “A tradição começou quando um grupo de jovens decidiu fazer a iluminação. Isso virou tradição e a prefeitura assumiu a iniciativa de fazer a decoração anualmente. Antes do raio, o pinheiro foi considerado a maior árvore de Natal do mundo. Inclusive há postais dele”, comenta o secretário.



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