RAMALHETE CAMPESTRE
A galope vai o meu ginete
pela estrada,
Respiro o aroma do pinheiral
silvestre
Congelo o tempo ao lembrar
a amada:
Ao entregar-lhe
o ramalhete campestre.
Na ânsia do encontro meu
flete é campeiro,
Carrego dentro de mim
galanteios sem jeito,
Quando varre os pampas
tal minuano ligeiro,
Abichornada saudade levo
a pealo no peito.
Se o medo é um Não,
o Sim um coroamento:
Do velho da prenda,
este gaúcho tem a graça,
Varo o pampa a camperear
bagual ao relento,
Maneio o laço a te dizer do apojo
duma raça.
Um desejo já antigo, para ver-te
neste agora,
De uma vez decifrar a profundeza
de teu Sim,
Este taita se enobrece ao dizer
que te adora.
Ao final deste caminho já avisto
a querência,
A prenda, louro trigal, emoldurada
na janela,
Vejo que a vida é bela e o amor
uma ciência!
[Mauro Martins Santos]
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