quinta-feira, 30 de junho de 2016



EU SOU DO SUL


" Andar pelo Rio Grande é descobrir em cada rincão
que se chega, uma história peculiar,
 ora contada pelo vento minuano que varre campos,
coxilhas e serras, ora contada em proza e verso no folclore de sua gente.
Andar pelo Rio Grande é provar o sabor da comida típica feita no fogão
 a lenha e um churrasco gaúcho junto ao fogo de chão.
Sentir o calor humano e hospitaleiro,
e o frio do inverno aquecido na roda de chimarrão "


[Blog Eu Sou do Sul]

quarta-feira, 29 de junho de 2016

DE BOMBACHA RASGADA

Internet- Google imagens

DE BOMBACHA RASGADA

‘Inda hoje pela estrada, ora fusco caminho
asfaltado,
Donde guri na poeira, em ti velho baio vinha
montado;
Pra donde olho, piás no vício crescendo de
encestada;
Qual teatinos, barbaridade! É o que vejo de
arrancada.
Tanto piazote perrengueando de bombacha
rasgada...
Lá se vão 'té mui longe, apinchar a sagrada
tradição,
Não há pais que não lastimem tanta dor no
coração.

Patrão Celeste! Se assim for, babau nossa
piazada!



VOCABULÁRIO GAÚCHO

Fusco - escuro, melancólico
Guri - garoto, menininho (fem. guria)
Baio - cavalo de pelagem castanha, com pontas de crina e extremidades  de pelos negros.
Piá - rapazote, adolescente, garotão, garoto crescido que se presta a pequenos serviços de recolha de vacas de leite, levar recados, cuidar de ovelhas (Leva-nos a crer que tem origem na língua guarani)
Encestada - (v.t. pôr em cesto ou em cesta); encestar; pôr em balaio.
Teatino - diz-se do cavalo ou outro animal, ou mesmo objeto sem dono ou de propriedade ou moradia desconhecidas. Exemplo: Aquele cão é teatino; ou Gumercindo é um velho teatino, filante de bebidas e comidas por aí afora. (Pessoa que anda longe das origens como cachorro sem dono)
Arrancada - der. do v. arrancar; de arranco - retirar à força pela raiz; arrebatar com força, usando a força.
Piazote - aumentativo de piá - um piá já meio crescidinho (dim. piazito ou piazinho)
Perrengueando (origem em pé rengo= manco)  do v. perrenguear - mancar, arrastar uma perna em relação ao cavalo e outros animais [Exemplo: Mas bah tchê, o frio tá de fazer cusco (cachorro) perrenguear]
Apinchar - jogar com força, jogar para longe, jogar fora.
Patrão do Céu (Patrão Celeste) - O Altíssimo, Deus Pai, Deus do Céu.
Babau! ou babaus! interj. - acabou-se, fim, final de algo.









terça-feira, 28 de junho de 2016

A BORBOLETA DOURADA - Um mito ou um sonho...



A BORBOLETA DOURADA
Um mito, ou um sonho...

Mauro Martins Santos

Há um bosque encantado e profundo. Um mundo.
Um sagrado lugar distante...

Há um bosque encantado e profundo.
Um mundo.
Um lugar distante
Radiante.
Caminho do poente, indefinido
Contido,
Triste e choroso lamento...
Lento
Tormento,
Sempre na busca do pôr do sol.


Os raios do sol refletem asas de borboletas;
Violetas
Entre nesgas de nuvens douradas
Aladas;
A verem deste bosque - caminho do poente
Dolente,
Das mais profundas lembranças...
Dança
De douradas asas sempre recorrente,
Intermitente
Sonho... Rodopiava sempre...
Contente


E eu a via, e esta tormentosa visão me seguia,
Via
Seu dourado rebrilho de encanto e seguia...
Seguia
Sempre rumo ao poente, meu poente...
Pedras do caminho - ah, o Tempo nublando,
Tornando
Bassa a visão que tecem as coroas,
Ornadas de fios de sóis e, da asa dourada
Da encantada
Borboleta que atravessou minha vida,
Querida... minha querida...


Constelam, estrelam os flavos rebrilhos
Rastilhos de nós...
Ah, pedras que choram já de tensa saudade;
Verdade
Que digo: - Saudade de algo que não existe?
Triste,
Não a esperava, e tão de repente ela surgiu.  
Assumiu
O encanto e por aqui volátil passou.
Pousou



Nas pedras deixou um rastro de saudade.
Piedade
Oh, pedras que choram por um fulgor de encanto,
No entanto,
Por espanto, ora é borboleta de belo fulgor,
Ora é flor...

Quero-te borboleta, minha dourada flor,
Ardor de um pôr do sol. - Alguém a viu passar
Caminhar ou voar?
Delirar
Já começo - ora, sou um caçador solitário,
Solidário
Em olhar o dossel das altas ramagens,
Folhagens


Em fúlvidas chamas.  
Eu de rede na mão a vagar, ela a voar
E voar...
O desvario que transmudou em chama,
Inflama
O coração! Faz de mim só esperança, com asas de ouro,
Douro
A rosa- flor nas asas da saudade, tão apenas,
um esgar de carinho deixou!
Ficou
O vazio do amor, e as pedras que choram...



Continuo seguindo o ímpeto natural para o dolente
Poente
A declinar-se na distância feita de restos de esperança:
Trança
De tramas e de fios flamejantes,
Cortantes,
Constantes,
De longa espera...
Quisera
Que ao solver dos anos, eu, caçador de borboletas,
Historietas
Povoadas de fadas ouvisse - a acalentar meu cansaço.
Fracasso
É o laurel da velhice nas coisas do amor:
Flor
Que és agora, borboleta serás ao após;
Pós
De estrelas, vêm num acalanto fazer-me menino,
Pequenino:
Era uma vez... Uma fada-borboleta dourada de olhos azuis...


Sou de fato um tolo a crer há um século em mim mesmo... 
e, nos olhos azuis da fada
encantada
Tão ontem mesmo por mim
encontrada.
Nesta selva em vão procuro, teus cabelos
dourados,
Alados olhares de fada de sóis bem
trançados.
Olhos que ao me fitarem invadem e leem minha alma
Medo de almejá-la e
Perdê-laSem ao menos
Tê-la...
Mas fazendo-se já escuro, o que é que
procuro?
Escuro
Faz-se o Tempo que desfaz todas as
horas:
Demoras
Mais duras - clama no silêncio, esperançoso
peregrino
Destino,



Chamo-te a mim - já não me dou a correr;
não mais...
Mas,
Já o tempo flui, não venço mais
correr
Dá-se-me
sofrer
Oh, dourada fada-borboleta, és
flor-amor-calvário...
Fabulário
De dores e de penas!

Esta, que se trasmuda em
borboleta-saudade-flor,
Dor...
Também inevitável
De um amor
inalcançável,
Visível,
Mas torturante por tornar-se
intocável.
- O Tempo que flui, não vai deixar que
a Vida
Sua serva, consiga alcançar-te,
querida.
Buscar
 Pela vida - viajando sem mim,
Assim,
Do vazio de ti,
borboleta-flor
Fada-mulher que encerras o
Amor,
Continuas teu destino a voar...
Voar...!
A buscar
Eu estou - o poente da estrada
Predestinada,
Ao extremo da estrada o poente
Do caminho o Fim...!




segunda-feira, 27 de junho de 2016

HOMENAGEM - MEDALHA E DIPLOMA DA ACADEMIA NOGUEIRENSE DE LETRAS - Pelos tangíveis serviços prestados à comunidade, no desenvolvimento de suas atividades sociais e culturais

Presidente a Academia Campinense de Letras e o homenageado á direita




Comenda do Valor cívico-literário Castro Alves - Patrono da ANL

NATUREZA MORTA REAVIVADA - Com poema homenagem


segunda-feira, 27 de junho de 2016


NATUREZA MORTA REAVIVADA - Com poema homenagem









NATUREZA-MORTA REAVIVADA
Mauro Martins Santos

Homenagem ao artista plástico Gianluca Corona e ao estilo acadêmico realista
Natureza-morta in  joserosarioart.blogspot.com


Vive-se numa época, que o novo parece não mais existir,
Quase, ou mais nada de inédito ao espírito espanto criar, 
No mundo da Arte, melhor deter-se e passar a observar,
Atentamente, o que todas as a artes aí estão para exibir.
Pois que em toda geração têm os seus artistas eficientes
Explorando de forma tenaz mui esforçada e persistente.

Antigos temas revisitados e executados novos podem ser,
Fazem isso: pegam antigos temas os releem com atenção, 
Os interpretando vão - com todo o sentimento a recorrer. 
Como não sensibilizar com renovadas obras: os corações? 
Artista plástico revisita velhos gênios, suas obras aí estão, 
Espalhadas pelo mundo em públicas e privadas coleções.

Falo de belas obras, óleo sobre madeira, natureza-morta:
Dos gênios de séculos atrás, que há muito já não se viam,
Jovens talentos recriando neste século abrindo as portas.

Usando colar tela sobre madeira, o estilo vou homenagear,
Também dos tais gênios, por vezes tentei esse recurso usar,
Firmeza no suporte, os pincéis ficam mais leves a deslizar! 



PARA SABER MAIS

joserosarioart.blogspot.com

                                               Gianluca Corona

domingo, 26 de junho de 2016

O HIPER- REALISMO DE GIAN LUCA CORONA - Natureza Morta -

GIANLUCA CORONA

GIANLUCA CORONA - Controvento - Óleo sobre madeira - 60 x 100 - 2014

GIANLUCA CORONA - Mel natural - Óleo sobre madeira - 50 x 80


A natureza-morta é um gênero de pintura que se caracteriza pela representação

de objetos inanimados e foi utilizada pela primeira vez na Grécia, 
segundo antigas escavações por lá. Seguidora fervorosa das tradições 
e novidades que vinham da Grécia, a Itália também adotou o gênero, 
como comprovam escavações feitas em Pompeia, onde pinturas e mosaicos 
adornavam paredes e objetos. Aliás, a Itália se tornou um país com produção 
considerável dessa vertente. O Renascimento daria nomes louváveis nessa área, 
como Caravaggio, e o país serviria também de incentivo para os países 
do norte da Europa. Mantendo a tradição italiana de naturezas mortas, 
Gianluca Corona é um dos grandes representantes atuais nessa área.


GIANLUCA CORONA - Composição com ameixas e magnólia - Óleo sobre madeira - 40 x 60

GIANLUCA CORONA - Consonanza - Óleo sobre tela colada em madeira - 25 x 50 - 2012

Gianluca Corona nasceu na cidade de Milão, no ano de 1969 
e em 1991 ele já estaria formado pela Academia de Belas Artes 
de Brera, também na cidade de Milão. Uma das referências artísticas 
da cidade e também do norte da Itália, a Academia de Brera, 
como é mais conhecida, é um emblema da perfeita ligação 
entre Ciência, Letras e Artes. Gianluca se formou ali sob 
rigorosa disciplina. Ao deixar a Academia, ele concluiu seus 
estudos na cidade de Bérgamo, agora sob os ensinamentos 
de Mario Donizetti. Conhecido internacionalmente por ser um ensaísta 
e eficiente artista técnico, Donizetti também apurou em Corona 
o gosto pelo trabalho bem executado e o rigor da aplicação técnica.


GIANLUCA CORONA - Uvas - Óleo sobre tela - 70 x 100 - 2011

Não é de estranhar que a arte de Gianluca Corona tenha 
inspiração nos mestres passados. Ele se apossou das técnicas
tradicionais dos séculos XVI e XVII e faz questão de utilizar 
os mesmo materiais desenvolvidos naqueles tempos. 
Ele aplica os conhecidos baseados daquelas épocas em retratos e 
naturezas mortas. Essas últimas são o cartão de visita de sua 
produção e com elas vem conquistando respeito dentro 
e fora de seu país.


GIANLUCA CORONA - Figos - Óleo sobre madeira - 25 x 35 - 2011

GIANLUCA CORONA - Scarlet - Óleo sobre madeira - 25 x 25 - 2013

Diversos críticos e conhecedores da arte italiana, colocam 
esse artista lombardo como um profissional sem paralelo na 
arte figurativa de seu país. De comportamento humilde, seletivo 
em suas composições e produção altamente eficiente, é sensato 
dizer que Gianluca Corona já deixa sua marca na arte italiana 
desses tempos.


GIANLUCA CORONA - Susine - Óleo sobre madeira - 30 x 55 - 2014

Até bem pouco tempo atrás, a natureza morta era considerada 
um gênero secundário da arte pictórica em diversas partes do mundo. 
Felizmente, esse gênero retorna com força ao cenário mundial, 
graças às grandes feiras internacionais e exposições mundiais 
que ressuscitaram essa temática. E, evidentemente, aos 
competentes artistas de vários países que vem devolvendo 
a esse gênero, o lugar de destaque que não merecia ter perdido. 
Devido ao grande sucesso de Gianluca Corona com essa temática, 
em exposições em Londres e Bélgica, ele se tornou o grande 
artista italiano representante desse gênero na atualidade.


GIANLUCA CORONA - O mel de Miranda - Óleo sobre madeira - 35 x 80 - 2014

GIANLUCA CORONA - Duelando - Óleo sobre madeira - 25 x 55 - 2013

Com desempenho técnico admirável e com atenção especial dada 
a cada detalhe das obras, Corona se encaixa na vertente hiper-realista 
dessa nova safra de pintores de naturezas mortas. 
Nada escapa ao seu olhar: frutas, legumes, folhas, queijos, pães,
objetos, todos relembrando a influência dos antigos trabalhos 
que foram a base de sua formação. A tensão vibrante que consegue 
em seus desenhos e pinturas, vai muito além do resultado fotográfico, 
como se conseguisse um realismo mágico, que expressa formas e 
cores de uma forma bem delicada.


GIANLUCA CORONA - Estados - Óleo sobre tela - 40 x 80

GIANLUCA CORONA - La contesa
Óleo sobre tela - 35 x 60

Para uma época, onde não pareça existir mais nada de novo a criar 
no mundo da arte, o melhor mesmo é observar atentamente 
o que os eficientes artistas dessa geração tem explorado com 
antigos temas. Gianluca Corona faz exatamente isso, pega os antigos 
temas e fórmulas, mas os reveste de todo seu sentimento e dedicação. 
Não há como não se sensibilizar com sua obra. 
O artista ainda vive e trabalha em Milão e suas obras estão 
espalhadas por várias coleções públicas e privadas de diversas
partes do mundo.



PARA SABER MAIS: