quinta-feira, 10 de agosto de 2017

E ENTÃO PEDE-ME QUE A ESQUEÇA






























E ENTÃO PEDE-ME QUE A ESQUEÇA

E então, pede-me que a esqueça,
- assim despreocupada, tão serena,
como sendo coisa que fácil aconteça
fosse um amor apenas emoção amena.

Nada sou, só grão de areia no deserto,
rolado, levado pelo vento inclemente;
jamais levantaria as dunas por perto,
tão insignificante que sou certamente.

Como íngreme penedo na falésia fincado,
também não posso conter o vigor do mar;
tácito, deixo-me então açoitar conformado,
a mim impossível seria o fragor rechaçar.

Poderia a cana do frágil junco conter o vento,
nas matas resistirem as frondes ao vendaval?
O mesmo Sol nasce a cada manhã com alento,
mas não resistem as folhas ao temporal.

E então, pede-me que a esqueça,
- assim despreocupada, tão serena,
como se ao andar aleatório dessa caleça,
dominasse também eu de forma plena.

Sou apenas poeira caída de uma estrela,
um nada diante do esplendor de *Aldebarã,
jamais poderia sequer pensar em esquecê-la,
encantado que estou na sua magia, a liça é vã.
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Esta poesia tenho a imensa emoção e razão de publicá-la, como homenagem póstuma
A meu grande amigo e imenso poeta Luz Antonio Moraes, que recentemente foi
juntar-se á plêiade dos Poetas Maiores, cujos versos eternizam  o brilho daqueles
em cujo peito guardou sua Aldebarã de peculiar magnitude.


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Do livro "Pólen de estrelas"
Autor - Luiz Morais
2017 - Brasil
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*Aldebarã ou aldebaran
Alpha Tauri (α Tau) conhecida como Aldebarã ou Aldebaran é uma estrela de primeira magnitude, e a estrela mais brilhante da constelação Taurus.


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