E ENTÃO
PEDE-ME QUE A ESQUEÇA
E então,
pede-me que a esqueça,
- assim
despreocupada, tão serena,
como sendo
coisa que fácil aconteça
fosse um
amor apenas emoção amena.
Nada sou, só
grão de areia no deserto,
rolado,
levado pelo vento inclemente;
jamais
levantaria as dunas por perto,
tão
insignificante que sou certamente.
Como íngreme
penedo na falésia fincado,
também não
posso conter o vigor do mar;
tácito,
deixo-me então açoitar conformado,
a mim
impossível seria o fragor rechaçar.
Poderia a cana
do frágil junco conter o vento,
nas matas
resistirem as frondes ao vendaval?
O mesmo Sol
nasce a cada manhã com alento,
mas não
resistem as folhas ao temporal.
E então,
pede-me que a esqueça,
- assim
despreocupada, tão serena,
como se ao
andar aleatório dessa caleça,
dominasse
também eu de forma plena.
Sou apenas
poeira caída de uma estrela,
um nada
diante do esplendor de *Aldebarã,
jamais
poderia sequer pensar em esquecê-la,
encantado
que estou na sua magia, a liça é vã.
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Esta poesia tenho a imensa emoção e razão de publicá-la, como homenagem póstuma
A meu grande
amigo e imenso poeta Luz Antonio Moraes, que recentemente foi
juntar-se á
plêiade dos Poetas Maiores, cujos versos eternizam o brilho daqueles
em cujo
peito guardou sua Aldebarã de peculiar magnitude.
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Do livro
"Pólen de estrelas"
Autor - Luiz Morais
2017 -
Brasil
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*Aldebarã ou aldebaran
Alpha Tauri
(α Tau) conhecida como Aldebarã ou Aldebaran é uma estrela de primeira
magnitude, e a estrela mais brilhante da constelação Taurus.
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