ACREDITO QUE SOMOS
UM ELO INDIVISÍVEL
William Ricketts (1898-1993) era um oleiro e escultor
autodidata que tinha uma ligação pessoal com os povos aborígines do continente
australiano. Ele nasceu no subúrbio de Richmond, Victoria, mas freqüentemente
fazia viagens para viver entre os Pitjantjatjara e Arrernte, povoados da Austrália central.
O Santuário William Ricketts é o lar de 92 destes
monumentos.
Eles preservam espaço para aqueles que mantêm uma existência
harmoniosa com o meio envolvente diante de um mundo modernizante.
Ele nos deixa
com estas palavras:
"A espiritualidade é eterna e eu quero que o povo
considere este santuário exatamente dessa forma, atemporal e eterno. Todo o meu
trabalho expressa reverência para a vida eterna.
Eu acredito que somos um elo
indivisível
ligado com tudo que é vivo e não pode ser separado.
Crédito para todas as imagens de aborígenes
da Austrália: Arteide.
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Que não se parta ainda o elo da abissal eternidade,
Nem o feixe de luz - e a elevada força se
transcenda,
Antes que se rompa o insondável enigma da verdade.
[m.m.s.]
Foto
Mulher indígena caiapó, brasileira.
Repare-se os traços faciais e cabelos asiáticos.
Representação artística - mulher indígena USA.
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Que não se quebre ainda o fio
Que não se quebre ainda o fio,
Nem fim da esperança, que dure na memória
Debaixo da luz do cair da tarde,
(...)
Que não se detenha ainda mesmo
O incorruptível curso do tempo
E que as águas transcorram...
As mesmas águas que nos levam:
Luminosas e amargas;
Enquanto durar meu canto.
José Ángel Valente, in ”Que no se quiebre todavía el
hilo”.
Livre tradução
M. Martins Santos
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