DEVASTAÇÃO
LAMENTO DAS ARAUCÁRIAS
Num relance, pronto! Já ficamos sabendo
Que vem da desertificação o silêncio pesado;
Da aridez
das taperas e taipas abandonadas
Taipas que
seguem negras, sinuosas de Tempo,
Parecendo
uma gigantesca serpente petrificada,
Varando
coxilhas, descendo grotões e canhadas.
Chega de mui
longe, bem longe, do alto mais alto,
Dos campos
dos altos da serra e daquele planalto,
O choro do
vento, lamento em triste capela velada
Pelo abate
das araucárias este símbolo dos rincões.
Tais aqueles
viventes que têm bagual nos corações,
Derriçaram
as vetustas silhuetas dos pores do sol.
Roubaram com
isto, o outrora alegre e franco riso,
Doridas milongas nas vozes de ponto e contraponto
Doridas milongas nas vozes de ponto e contraponto
De cuia na
mão; formosas como as flores do campo.
Brotavam não
por acaso os abraços de fraternidade,
Cultura
atávica da terra de querências entre irmãos,
E o jogo de
cartas aos domingos à sombra do galpão.
Não te parece,
mas tudo é fruto do pinheiro e do pinhão
Imagens que se somam: nó de pinho, forte fogo de chão,
Imagens que se somam: nó de pinho, forte fogo de chão,
Acalorando o
frio do minuano, bom churrasco e chimarrão.
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