terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

ARAUCÁRIA - PINHEIRO-DO-PARANÁ









Árvore de grande e majestoso porte, da família das araucariáceas (Araucária angustifolius). Nativa das regiões altas do sul brasileiro. Suas folhas em agulhas lanceoladas, são duras e pontudas. Em suas regiões nativas, mais propriamente no Rio Grande do Sul, suas folhas recebem o nome popular de grimpas. Tais grimpas quando secas são bastante usadas para dar arranque ao fogo [ em especial aos fogos-de-chão, posto que rápido nas chamas, mas de duração efêmera.
       Nas noites de rigoroso inverno sulista...

Se, as grimpas fornecem fogo de pouca duração, tal não se dá como os nós que se formam na base dos imensos galhos das araucárias. Estes fornecem fogo forte, com brasas que permanecem longo tempo fornecendo calor, nas noites de rigorosos inversos sulistas. Ainda os nós de araucárias são usados por     artesãos que produzem lindos e diversos trabalhos. A casca grossa, sulcada e pesada também faz fogo forte e duradouro.


Nos galpões das querências e rincões inda se escuta o canto nativo, som de gaitas e violões, regados a churrasco em fogo de chão e chimarrão na cuia, alimentado pela água fervente da chaleira de ferro, pendurada na trempe.

                               
                              

                          
Nos galpões da querências e rincões, ainda se escuta os cantos nativos


Os frutos do pinheiro-araucária - os pinhões - sementes encapsuladas em cascas fibrosas de cor avermelhada, parecendo envernizadas, são coletivas em uma formação maior que agrupadas formam a pinha, arredondadas como uma bola.

Os pinhões saborosos, perfumados e de alto valor nutritivo, podem ser preparados cozidos, assados ou sapecados em montes sobre fogueira de grimpas. 

Sua madeira por ser excelente para construções, mobiliários etc. acabaram por ser ironicamente as suas próprias vilãs. que estão levando as araucárias à beira da extinção, pela ganância desenfreada das serras e machados do homem. Por isso tendo já ingressado no rol das plantas nativas brasileiras ameaçadas de extinção e de altíssimo risco de desparecimento como planta nativa.

Havemos que fazer algo. Quem ama a natureza. As árvores. Sabe do valor que possui um espécime mais que secular, para atingir seu porte altivo e plenamente adulto. Se,o homem não for tomado de consciência que eliminando as araucárias, sem reposição de espécimes, e que sejam protegidos por lei, em breve não teremos mais o prazer e a emoção de mirar suas altivas silhuetas ao vermelhão de um pôr do sol. Nem saborear seus pinhões. Sem falar nas muitas maneiras  de prepará-los, e quanta gente deles se alimenta.

Tais imagens suscitam as mais lindas fotos. Os mais belos quadros e desenhos com o revoar de maritacas, curucacas e as raras gralhas azuis. Estas últimas estão de extinguindo geometricamente junto aos espécimes de araucárias, enquanto que a reposição destes vegetais  se dá aritmeticamente.

Juntamente com o umbu e a figueira a araucária é a mais querida e simbólica árvore do Rio Grande do Sul. 

Do nome Pinheiro Araucário essa majestosa árvore [a mim emblemática desde a origem sulista de meus avós] surgiu a dança antiga - espécie de fandango: com o mote PINHEIRO.


Ao dançarem o *pinheiro  cantam algumas quadrinhas populares assim:

                                                                   
 Do pinheiro nasce a pinha,
 Da pinha nasce o pinhão;
 Do homem nasce o ciume
 Da mulher a ingratidão

 Quem tem pinheiro tem pinhas,
 Quem tem pinhas tem pinhões,
 Quem tem amores tem zelos
 Quem tem zelos tem paixões.






 Oh! que pinheiro tão alto
 Que por alto se envergou,
 Que menina tão ingrata
 Que de ingrata me deixou.

(Dicionário Regionalista Gaúcho e J.C, Jacques - Assuntos do RGS)






Nenhum comentário:

Postar um comentário