ALAMEDA DE UM JARDIM
Sepulcral silêncio como brisa esvoaça as cortinas de minha janela,
Sonho mau,
minha sombra diurna e pesadelo noturno de velhice,
Triste
insuportável ausência faz o esquecimento até de suas feições...
Poente de
saudade, sem paleta multicolor; tardes cinzas de tédio,
Deixando
mais escuras ainda as pedras da alameda do jardim.
Nenhum
pássaro trazendo os augúrios de um alento auspicioso
Para a
abóboda azul celeste que se perde no abismo ascendente;
A
Felicidade, sempre ausente, dando lugar ao que do ontem ficou...
Quando o
fantasma de uma lembrança que insiste - vem me visitar
Ainda leva
embora o consolo do esquecimento que me restou.
Vou
espargindo sementes de sempre-vivas para enfeitar a feiura
Dos dias
sempre iguais a forjar a ausência que nunca muda de cor.
Retiro o
sumo dos dias, e com ele vou regando as flores do jardim.
Para que as
flores - que amo - espantem os pássaros daninhos
Mensageiros
do desengano, do abandono e da explícita indiferença.
Minha
esperança está no Céu, onde todo cair da tarde é renovado
Na
Magnânima Beleza de cores que há milênios de milênios sempre
Única,
provocando o assombro como se ocorresse pela primeira vez.
Não importa
o cair da noite. Há os elementos que brilham distantes
No céu, que
a todos nos reveste; a mim, a ti, a todos que esperam
A nova luz
surgir do outro lado do horizonte, talvez mais brilhante
Que desta
tarde, levando a escuridão que cobriu onde vivemos,
Porque,
tudo se faz novo e a esperança me diz: não há de ser nada!
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MÚSICA
https://youtu.be/TjZ6dcUtftA
m.m.s
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