quarta-feira, 31 de agosto de 2016
FELICIDADE - Poema -
- FELICIDADE - Poema livre -
FELICIDADE
por Mauro Martins Santos em 12 agosto
Cada nascer do dia recebido no coração,
É um precioso acontecimento de felicidade.
Não valoramos este ato de emoção
Nem damos graças a Deus com humildade.
Em cada sorriso, cada saudação,
Você possa o maior milagre contemplar
“O dom da vida” ofertado como benção;
E se alegre agradecendo ao Pai em oração.
Não faça de seu viver algo comum nem banal,
Só por tê-lo todos os dias de sua vida;
Faça dele sua maior riqueza, algo especial,
Pois a todos virá o final após a “etapa vencida”!
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
FELICIDADE - Crônica -
FELICIDADE
Mauro Martins Santos
(...) Para nós as palavras são a mesma coisa que as
cores da paleta são para o pintor.
Existem incontáveis delas, e surgem sempre novas, mas
as boas palavras, as verdadeiras, são menos numerosas, e em setenta anos de
vida não vi surgir nenhuma nova. (...) Entre as palavras existem para cada
falante as prediletas e as estranhas, preferidas e evitadas, cotidianas que se
usam mil vezes sem temer o desgaste (...) só pronunciamos ou escrevemos com
cuidado e reflexão, como objetos raros: fazendo as escolhas que correspondem a
essa sua solenidade.
Entre elas está para mim a palavra Felicidade. [Hermann Hesse]
Penso às vezes que a maioria de nós empenharia todas suas
forças, jogaria todas suas cartas para
ter o lampejo brilhante da tão sonhada Felicidade. Nos dias frios, solitários,
ruas vazias e o tom cinza do céu sem o sol reconfortante é a morada da tristeza
em nós.
O vazio da vida se torna evidente, tentamos de todas as
formas recolher em nosso entorno algo que nos alimente a esperança, traga-nos
alegria. Tomamos de um livro, percorremos as linhas e as letras e não formamos
juízo do que lemos, o pensamento divaga e não se firma no objeto que oferecemos
a nós mesmos.
Eu particularmente na juventude e até a maturidade, já
cheguei a pensar que se tivesse muito dinheiro não compraria a Felicidade que é
abstrata, mas compraria objetos de meus sonhos, que me fariam feliz.
Compraria uma propriedade nas montanhas - já que adoro
montanhas - outra na praia para os membros da família que adoram o mar, viajaria
muito, conheceria muitos países e as esquinas do mundo. Buscaria todo
entretenimento possível, buscaria sempre os melhores restaurantes, teria todas
as mulheres que fariam minha cabeça, enfim nada de trabalho, só diversão.
Mas era jovem, muito jovem, para ter visto a crueza da
realidade e as fronteiras com o território da verdade. Ainda não havia percebido, vislumbrado e
sentido que a felicidade é feita de momentos; sim, não há filosofia nesta
afirmação, mas nua e crua realidade.
A Felicidade, tão cobiçada rainha, é uma hóspede que visita o
hotel da argamassa de nós mesmos. Temperamental por natureza e inconstante por
conformação, muito embora seja uma nossa imensa querida, e, adorada amiga
amante...
Já se disse que sempre a pomos onde nós queremos e nunca a
pomos onde nós estamos. Ela é uma pluma muito leve, um lampejar volátil e
fugaz, por ser um estado de espírito sumamente impossível de se medir sua
intensidade, tamanho e duração. Quando ela resolve ir embora ou mesmo não ter
ficado, arruma ou pega suas malas e se vai. Para onde? Ninguém sabe. Quando
volta? Daqui a muito, muito tempo, ou imediatamente está de retorno.
Isto tudo porque quem é o inconstante, fugaz e fraco gerador
de condições propícias para cativar a Felicidade, sou eu, você, somos nós
mesmos. Não sustentamos com tenacidade o campo de força de atração, titubeamos
e a deixamos ir embora para depois chorar.
Raimundo Corrêa em sua poética escreveu:
Aparências
Se pudesse o espírito que chora/Ver através da máscara
da face,/Quanta gente, talvez que inveja/Agora nos causa, então piedade nos
causasse.
Razão pela
qual muitas vezes, julgamos feliz quem mora em uma cidade litorânea, por ter
todos os dias o mar e a praia a seus pés... Perguntei a uma jovem e bonita
mulher funcionária do restaurante de um hotel: - Você vai sempre à praia que
está a apenas um quarteirão daqui não vai? Ela me respondeu: - Faz cinco anos
que não piso na praia, eu tenho quatro crianças, que crio sozinha, tive que
abandonar o marido por motivos de prisões dele por drogas, bebidas e mulheres,
e por me espancar, moro a nove quilômetros fora da cidade que percorro de
ônibus ou a pé quando não tenho dinheiro para a passagem... Mudei de assunto e
a abençoei espiritualmente, indo para a mesa almoçar e meditar.
Por esta
razão é que a felicidade passa por nós por breves momentos. Eu feliz na praia,
de férias sendo servido por aquela moça, que nem em sonho imaginava sua vida
real.
Fiquei
infeliz. Até que outro momento, outra brisa me trouxesse um pouco de possível
felicidade.
Então
quando jovem se pensava daquela forma, mais à frente com a chegada dos anos,
fui vendo com a própria vida que nem tudo é como parece. Raimundo Corrêa foi
citado e escrito, para sintetizar o muito que poderia ser dito sobre a
Felicidade e as aparências que nos levam ao erro de ações, omissões e
pensamentos.
Enquanto
procuramos a felicidade além dos horizontes, pode ocorrer de a perdermos dentro
de nós mesmos.
Cheguei à
definitiva conclusão, que não quero mais os sonhos da juventude, e no fundo
como era eu mesmo, nunca quis de verdade, apenas me iludia - se tivesse um iate
ou um grande barco há muito o teria vendido, visto que os cruzeiros que fiz,
nos maiores navios de turismo, só me serviram para nunca mais os fazer. Mal
estar que me impediu, de usufruir a viagem...
Casa na praia que foi constantemente furtada em todos os meus pertences,
até que cheguei ao ponto de vendê-la. E a idade que atinge a todos e vai
limitando a vontade de ir a lugares muito distantes. O que antes era uma viagem
ou caminhada de prazer, hoje é um sacrifício.
A
felicidade tem muito a ver com nosso lado animal, vamos delimitando nosso
“território” pontuando-o com os lugares, recantos e lazeres que mais apreciamos
e que fomos filtrando durante a vida, dirimindo os complicadores. Sejam aqui ou
em lugares no estrangeiro. Daí - pelo menos para mim - a felicidade é fatiada,
mas cada fatia tem uma boa e considerável duração feliz. Temos ou nos
oferecemos o direito sagrado [e abençoado] da escolha.
Acabamos
por ver claramente que à medida que avançamos em anos na vida, precisamos cada
vez menos de bens materiais; cada vez menos de ostentação, queremos casas
menores e mais confortáveis do que grandiosas. Descobrimos que a maior riqueza
está na família que nos abraça e nos ama: filhos, netos - que alegria poder ver
os netos crescer filhos de nossos filhos.
Quando mais
novos dizíamos : “Netos nos dão duas alegrias, quando chegam e quando vão
embora”. Hoje confabulo com minha mulher: - Parece que são nossos... E são os
filhos que os estão levando embora de nós.
A felicidade,
escreveu Hermann Hesse - em outras palavras, mas nesse sentido: “pode-se
vislumbrar a silhueta que aos poucos se define na alameda do grande jardim da
casa antiga, e se nos avizinha como sendo ela, nosso grande e velho amor. Momento
feliz.”
De outra
feita, “quando menino um estranho momento de repentina felicidade, em acordar e
sentir a fria aragem vinda da grande janela dos fundos do andar superior do
casarão da avó, e poder esticar-se na cama, e naquele domingo puxar o cobertor
e se aquecer no fofo colchão e travesseiro brancos. Ver a luz do sol como se
nunca a tivesse visto antes e olhar a cumeeira dos velhos casarões e suas
telhas enegrecidas, o mais próximo com uma única telha de vidro como um prisma
levitando a emitir tons de cores azuladas, filtrando o sol contra o azul do céu
da manhã. Só soube explicar isso - que parece absurdo - com uma palavra: Felicidade.”
(Livro Felicidade, de Hermann Hesse, Record - Rio de Janeiro)
Quando se
alonga a vida em anos, uma pequena ausência nos parece uma eternidade.
E cada
retornar é um desejo de permanecer o mais que puder juntos, de ficar sem a perder-se
de vista. É a silhueta que retorna pela alameda do jardim.
As pequenas
coisas, uma coleção de canetas tinteiro, olhadas, escolhida uma para uso, e
guardadas as outras até a próxima escolha; “papéis para escrita e desenho de
várias texturas, guardadas em um gavetão de um móvel comprado em uma casa de
antiguidades...”. Neste estágio percebemos que a felicidade está em toda parte,
como a lenda judaica “dos olhos que nos observam das frestas e por debaixo das
pedras”; creio que falavam dos olhos da felicidade, que é ela que nos encontra
quando estamos distraídos e despreocupados como crianças a brincar.
Rubem Alves
- nosso grande e injustiçado escritor, teólogo, professor, psicanalista, imenso
educador e poeta de todas as horas - dizia que encontrava a felicidade ao
caminhar, nos pássaros, olhando as árvores. Sua felicidade saltava no peito ao ver
um ipê amarelo todo florido, sentir o cheiro vindo dos vegetais, da terra
molhada. Levava consigo sempre um caderninho e uma caneta. Toda essa visão
ainda que delimitada ao seu caminhar era motivo para ser anotada e transformada
em livros ditados por sua criatividade e mente privilegiada de homem feliz.
A visão da
morte não lhe afetava em nada; dizia sentir tristeza, “não por deixar a vida
física, mas a vida sensorial, a que vê as belezas das flores, dos pássaros, das
crianças.” Talvez por isso tivesse dito: “ E quem é Rubem Alves?”. Um menininho
respondeu: “O Rubem Alves é um homem que gosta de ipês amarelos...”. A resposta
do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das coisas. As pessoas são
aquilo que amam.
Suas
cinzas, de acordo com sua vontade, seus filhos espargiram ao pé do tronco de
seu grande ipê amarelo, que plantou ainda uma mudinha, em sua própria
homenagem, em seu sítio em Pocinhos do Rio Verde-MG - já que era um bom mineiro
nascido em Boa Esperança lá nas Minas Gerais.
NÃO PRECISAMOS DIZER SEU NOME...
NÃO
PRECISAMOS DIZER SEU NOME...
Não precisamos dizer o nome "rosa"
para sentir o seu perfume.
Não precisamos dizer o nome "mel"
para sentir a sua doçura.
Muitas pessoas que jamais pronunciaram o nome de Deus
o conhecem como reverência pela vida."
- Rubem Alves -
sábado, 27 de agosto de 2016
SALMO 23
SALMO 23
O Senhor é o meu pastor
e eu sou a sua ovelha.
Nada ele deixará me faltar,
pois de mim ele vai cuidar
todo dia sem cessar.
O Senhor é o meu pastor
e eu sou a sua ovelha.
Nada ele deixará me faltar,
pois de mim ele vai cuidar
todo dia sem cessar.
Ele me faz deitar
em pastos verdes
e me conduz às águas
calmas e tranquilas.
em pastos verdes
e me conduz às águas
calmas e tranquilas.
Ele refrigera a minha alma,
com sua voz me acalma
e me guia por caminhos de justiça
por amor do seu nome.
com sua voz me acalma
e me guia por caminhos de justiça
por amor do seu nome.
Ainda que eu venha a andar
por vales que me levem à morte,
com sua mão bem forte
e com seu cajado e o seu cuidado
ele me protege e me consola.
por vales que me levem à morte,
com sua mão bem forte
e com seu cajado e o seu cuidado
ele me protege e me consola.
Ele prepara uma mesa perante mim
na presença dos meus inimigos.
Ele unge a minha cabeça com óleo,
e enche o meu cálice o qual transborda.
na presença dos meus inimigos.
Ele unge a minha cabeça com óleo,
e enche o meu cálice o qual transborda.
A sua bondade e a sua misericórdia
hão de me seguir todos os dias da minha vida,
e habitarei na sua casa
por longos e maravilhosos dias.
hão de me seguir todos os dias da minha vida,
e habitarei na sua casa
por longos e maravilhosos dias.
14-08-2016. Cícero Alvernaz (autor)
MACHADO DE ASSIS POETA
SÁBADO, 27 DE AGOSTO DE 2016
MACHADO DE ASSIS, POETA.
Machado de Assis
É considerado o maior escritor brasileiro da língua portuguesa. Muito conhecido por seus romances, especialmente "DOM CASMURRO".
Porém, é pouco comentado por seus poemas.
É, sem dúvida, de toda valia a este espaço cultural registrar estes versos do grande brasileiro MACHADO DE ASSIS.
Com mais razão ainda, se os versos falam do nosso motivo principal: AMIZADE.
BONS AMIGOS
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
[Machado de Assis]
_________________________
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Os dez escritores mais citados pelos especialistas estrangeiros consultados na pesquisa realizada pelo Itaú Cultural são os seguintes:
1- Machado de Assis
2- Clarice Lispector
3- Guimarães Rosa
4- Graciliano Ramos
5- Jorge Amado
6- José de Alencar
7- Manuel Bandeira
8- Moacyr Scliar
9- Rubem Fonseca
10- Drummond de Andrade.
Em: Jornal do Comércio, Sexta-feira e fim-de-semana 29-30-31 de maio, Caderno C, página 5.
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
A DEITAR LEMBRANÇAS
A DEITAR
LEMBRANÇAS
Vou fazer meus
versos livres,
Igual ao voo
de um quero-quero;
Lembrar-me
da prenda que tive,
E da linda
flor que ainda espero.
Campereando pela
noite morta
Flor de
campo, tu minha amada;
Ao nascente
pareço ver tua volta,
Te vindo a
sinuelo da madrugada.
Tenho por
consolo mate e violão,
Lanço pealo
a deitar lembranças;
Solito manoteio
tão rude solidão,
Vagueando este
rastro de andanças.
Lá do alto
vem descendo a viração,
O céu quer
em alento me agraciar,
Surge teu
rosto em nuvens de ilusão
Vem assim tu
querência, me animar!terça-feira, 23 de agosto de 2016
NO SILÊNCIO DE TUA PRESENÇA
NO SILÊNCIO, TUA PRESENÇA
Bem dentro de ti,
Depois da esquina da alma,
Há o cantinho onde podes guardar
Tudo de teu em secreto,
Onde sempre haverá o lugar,
Onde tu poderás descansar
A mente inquieta e encontrar
No conforto de um afeto,
A doce paz no teu silêncio.
Quando puderes sentir,
Um caminho repleto de luz
Procure além dele
Algo que te permita
Ser levado pela brandura;
Não ouvirá som nem signo explícito
Que reflita o teu caminho.
Contudo não te perderás,
Pois clara certeza terás
De que ali presente estará
A Unidade de todas as coisas
Que são eternas e infindas.
Aos poucos tu irás
Sentir por imenso,
Que te guia uma Força,
Algo muito mais intenso
Que teu próprio coração!
CORA CORALINA A DOCEIRA DAS LETRAS
A estrada está deserta.
Vou caminhando sozinha.
Ninguém me espera no caminho.
Ninguém acende a luz.
A velha candeia de azeite
de lá muito se apagou.
A longa caminhada.
A longa noite escura.
Ninguém me estende a mão.
E as mãos atiram pedras.
Sozinha...
Errada a estrada.
No frio, no escuro, no abandono.
Tateio em volta e procuro a luz.
Meus olhos estão fechados.
Meus olhos estão cegos.
Vêm do passado.
Num bramido de dor.
Num espasmo de agonia
Ouço um vagido de criança.
É meu filho que acaba de nascer.
Sozinha...
Na estrada deserta,
Sempre a procurar
o perdido tempo que ficou pra trás.
Do perdido tempo.
Do passado tempo
escuto a voz das pedras:
Volta...Volta...Volta...
E os morros abriam para mim
Imensos braços vegetais.
E os sinos das igrejas
Que ouvia na distância
Diziam: Vem... Vem... Vem...
E as rolinhas fogo-pagou
Das velhas cumeeiras:
Porque não voltou...
Porque não voltou...
E a água do rio que corria
Chamava...chamava...
Vestida de cabelos brancos
Voltei sozinha à velha casa deserta.
- Cora Coralina, do "Meu Livro de Cordel", 8°ed., 1998.
Meu Epitáfio
Morta... serei árvore
Serei tronco, serei fronde
E minhas raízes
Enlaçadas às pedras de meu berço
são as cordas que brotam de uma lira.
Enfeitei de folhas verdes
A pedra de meu túmulo
num simbolismo
de vida vegetal.
Não morre aquele
que deixou na terra
a melodia de seu cântico
na música de seus versos.
- Cora Coralina, do "Meu Livro de Cordel", 1998.
ASSIM EU VEJO A VIDA
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
- Cora Coralina, [O poema acima, inédito em livro], foi publicado pelo jornal "Folha de São Paulo" — caderno "Folha Ilustrada", edição de 04/07/2001.
domingo, 21 de agosto de 2016
FOTÓGRAFO FAZ INSTANTÂNEO DE FURÃO DE CARONA EM PICA-PAU - Curiosidade -
CURIOSIDADES
Fotógrafo flagra furão de carona em pica-pau - 3 março 2015
Imagem copyright - Martin Le-May
Esta foto flagra o momento em que um furão pega carona no voo de um pica-pau. A imagem foi feita em um parque em Londres pelo fotógrafo amador Martin Le-May.
Ele acredita que o mamífero atacou o pássaro, que decolou no
susto, levando consigo o passageiro.
"O pica-pau estava saltitando estranhamente como se
estivesse pisando numa superfície quente... O pássaro voou sobre nós e um pouco
em nossa direção; de repente, ficou óbvio que ele tinha um pequeno mamífero nas
costas e que essa era uma luta pela vida", disse Le-May.
A dupla aterrissou a cerca de 25m do fotógrafo, que disse ter
temido pelo pica-pau.
Mas a sua presença pode ter distraído o mamífero predador,
que desapareceu na vegetação. O pássaro escapou com vida.
terça-feira, 16 de agosto de 2016
TERTÚLIA E FOGO DE CHÃO
DO RIO GRANDE DO SUL
TERTÚLIA E FOGO DE CHÃO
Uma
bailanta junto à
fogueira
Minha prenda traz um
amargo
Ferve a
saudade como a
chaleira
Daquela charla repassando o
trago
<!><!>
O mote da charla lembra:
querência.
Na roda de prosa ao pé do
ouvido
Seja
campo ou galpão é a essência:
E se
chama tertúlia, de voz
o sonido.
o sonido.
<!><!>
A chamarra da cordeona
prateada
Prenha de sol, de lua, de
história;
São temas sem peia nem
floreada
À feia desfigura de uma
memória.
<!><!>
Onde se marca o passo e
compasso
Glória de
nossa ancestral
geração...
Causa disso, as prendas nos
abraçam,
Ao verem se molhar olhos e
coração.
coração.
<!><!>
Tertúlia é culto ao altar: fogo de
chão;
A charla é nossa prece, família e
coração,
Batismo,
sonoro, som de gaita e
violão,
Desde o guri, à prenda, o taita e o
ancião...
[MAURO MARTINS SANTOS]
<!><!><!>
Glossário regionalista do Rio Grande do Sul
* TERTÚLIA - Conversa em família e amigos íntimos no galpão, ao pé do fogo de chão, churrasqueando e tomando chimarrão. Reunião quase solene de amizade e confidências,Como diz um gaúcho “é na Tertúlia que um taita pode chorar abraçado a um amigo” e aí é que se declaram aproximações e sanam diferenças, reatam laços, casais se recompõe ao ouvir um pajador, improvisar versos a propósito atingindo os corações. Quem não sabe que uma prece é uma sublimada poesia? E, que uma poesia tocante e sentida tem força de oração?
PAJADOR - Declamador de poesias regionalistas, tradicionalistas, que de costume as fazem de improviso e em desafio a outro pajador. O Rio Grande do Sul é pródigo em poetas neste gênero, que se apresentam em concursos ou abrilhantam festivais nos CTGs [Centros Tradicionalistas Gaúchos] espalhados pelo Rio Grande e partes do país.
CHARLA – A própria conversa em si. Em uma
reunião em um CTG, fora a música e a poesia, é a boa prosa, recheada é claro de
seu regionalismo. Até quem está longe dos pagos gaúchos, ou na cidade grande
longe dos pampas, internaliza a charla dos patrícios,
“para não ficar mais de fora que dedão em alpargata furada”.
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