RASTROS QUE O TEMPO FAZ
RASTROS QUE O TEMPO FAZ
Essa força invisível, mas sensível, a roçar a pele, que é o Tempo,
se assemelha à superfície do lago levemente tocada pelo Vento,
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Que se enruga de mansinho, enquanto o tempo nos vai passando.
A prenda se importa um pouquito! Tu és linda!! Dou-te este pito!
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O que nos falta em lisura de pele, se nos hay recompensa nos guris.
Solita minha prenda vale, a lua crescente quando à noite ela sorri.
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Assim os dois manos cantadores de vaneira, fandango e chimarrita,
despediram de suas prendas, dos guris, piás, do pai e da mãe Rita!
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Não seriam irmãos: o Tempo e o Vento? Não é à toa rimarem tanto;
Tu não achas os pajadores, poetas e cantores revestidos de encanto?
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Os dois não param, atrelados, como irmãos haraganos pelos pampas,
Coxilhas, invernadas e sertões; de grotões a canhadas e outras tantas.
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Rumam nos caminhos à cidade; pra cantar no bolicho do Aureliano,
em meio ao pó vermelho das trilhas, levantado pelo vento minuano.
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Porteira fora o chão é mais pedregoso, a cama é mais dura, a comida
é rara. Salgada no bolso e na boca sem gosto, não atinavam esta vida:
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Café fraco e só na padaria; não há bule no fogão de lenha e nem angú
com cambuquira, nem brasa e uma costela ou de quebra um inhambu .
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O Tempo não pára, deixando rastros fortes uníssonos ao vento cantor,
Na busca a saudade da paz da beleza, a liberdade e harmonia do amor.
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Os andejos araganos, a sina os encilha, ao longe a saudosa querência,
Um abanar de lenço: pai perdoe teus filhos a tristeza dessa ausência!
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