sexta-feira, 29 de abril de 2016

AUGÚRIO




Augúrio





Era uma tarde febril de sol fogoso, 
onde os pináculos exuberantes 
exalavam ouro.



Arrebatada por um poente soberbo, 
na exótica e indescritível paisagem, 
diviso uma imagem suntuosa, 
que assemelhava uma ninfa celestial.
Extasiada me prostro, mas não recuo,
 e a flamejante figura parece preocupada
 com o paradeiro de alguém. 
E estonteada arrisquei:
- O que fazes sublime senhora, 
ostentando tanta beleza, 
com este arco nas mãos?
- Sou guardiã!  Respondeu incisiva.
- Protejo os pássaros, 
sou deles uma soberana invisível, 
mas por instantes, deixo-me ver.

Defendo-os dos caçadores, 
que não têm perfeito juízo, 
nestes céus já tão despovoados,
 ainda ferem os pobrezinhos, 
que vivem sobressaltados. 


Após devassarem as matas, seus lares, 
ainda não suportam os ver voar, 
com seu planar enfeitando os céus.
E após este murmúrio, 
numa voz vibrante em augúrios, 
desapareceu!


*Laís Müller, Brasil



*Laís é uma querida confreira, "Poeta e Escritora do Amor e da Paz" (PEAPAZ)


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