segunda-feira, 7 de março de 2016

DO PINHEIRO AO EXTERMÍNIO

Mauro Martins Santos says [comments]: in Pinheiro do Paraná [Araucária] entra em processo de extinção
diz professor da UFPR


































DO PINHEIRO AO EXTERMÍNIO




































Com razão disse a Araucária:
Vi irmãs centenárias encontraram a morte,
Só para os homens terem mais terra e casa;
Para abater-me – entre eles tiravam a sorte,
Com riso e prazer de meus nós faziam brasa.
A derrubada, um após outro tronco faziam,
Não ligavam com os anos de nossa existência,
Fossem mil anos, assim mesmo nos abatiam,
E faziam ranchos e galpões, e as residências.

Que arda o fogo em seu tronco – seu corpo
Consuma a madeira com toda sua existência,
Tábua sobre tábua, e pinhões para os porcos,
Só que a natureza um dia teria a sua falência…
As araucárias foram aos poucos ficando raras,
Florestas viraram bosques e depois, desolação;
Foram dizimadas – sua madeira ficando caras,
Aguçando a ganância: madeireiros sem razão…
Proliferando serrarias agentes da devastação,
Sem planejamento nada que exista é eterno,
Até o Estado deixar para a espécie a extinção,
Isso que o homem consegue fazer é o Inferno!
Mas:
Se escrevendo eu salvar espécimes suficientes,
Para as Araucárias atingirem futuras gerações,
Direi: terei pago meu esforço de corpo e mente…
Então:
Com alegria encontrarei uma razão para viver
Libertei meu coração para um belo propósito…
E poderei falar: a Araucária vive, posso morrer!
Mauro Martins Santos, Moji Guaçu, verão de 2016, in Blog À SOMBRA DAS ARAUCÁRIAS
http://asombradasaraucárias.blogspot.com.br

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