sábado, 17 de fevereiro de 2018

NÃO REMENDE ROUPA VELHA COM PANO NOVO

O Amor é um sentimento nobre demais
para se viver mendigando.

NÃO REMENDE ROUPA VELHA COM PANO NOVO

O título pode parecer díspar frente ao que vai ler, mas à medida da leitura do assunto, ele se encaixa.

O Amor entre um casal é na verdade pouco falado como se deve .
Ou é colocado quase sempre sobre os trilhos da teologia, dos aconselhamentos vestidos de autoajuda, ou tecnicamente pela psicologia-social e outras áreas se o caso for específico. Na grande razão só deveria vir de forma natural, como o verdadeiro sentimento que é - da composição do ser humano e sua atração pela outra pessoa. 

À medida que o casal precisa de constante, repito, constante, intervenção externa nos moldes citados, mais inclusive o policial e seus desdobramentos, começamos a pensar no que o título deste ensaio tem a nos dizer. 

A História tem fatos reais e romances às centenas - sobre uniões baseadas nos interesses financeiros, nobiliárquicos ou políticos, onde um dos cônjuges -normalmente eram as mulheres que mais sofriam - passavam a ser somente um objeto sexual, uma serviçal e 'boa' parideira. Que, aliás,a sequência maternal era para mantê-las confinadas aos filhos - para os homens de posses, terem tempo para seu harém espalhado pela cidade e vizinhanças, ou nos lupanares. Os pobres tinham muitos filhos pelo contrário, por não terem dinheiro para os lupanares, e também para obter em casa mesmo, as mãos de obras, comuns desde as crianças a partir dos seis anos de idade.

Hoje estes fatos não são mais segredo para ninguém. Até o nosso rei ou Príncipe Regente Dom Pedro I, teve seus casos de lazer sensual nos lupanares e com bailarinas francesas, com pelo menos duas teve filhos, e se enroscou por mais tempo com Domitila de Castro Canto e Melo - que elevou a Marquesa de Santos - também não lhe sendo fiel, pois teve um filho com a sua “lugar- cunhada” irmã de sua amante Domitila, a qual morava no Rio de Janeiro. E, existiram outros casos de Sua Majestade Dom Pedro de Orleans e Bragança. 

Hoje felizmente apesar de uns pesares há uma maior libertação e algum apoio maior às mulheres. E em curso várias reivindicações de iniciativa delas e parlamentares. Quando me formei em Ciências Jurídicas e Sociais, nos anos 80, não havia a Delegacia da Mulher, nem a Lei Maria da Penha, que de forma incontesteste foi um avanço no reforço à defesa da mulher, além de juridicamente no Código Penal e Processo Penal, artigos que tratavam da "honra do marido traido" mesmo nos casos de homicídio, também no Código Civil e seu regulamentador o CPC, o capítulo, parágrafos e artigos que tratam da família (Direito de Família); as separações: pós-divórcio (antes não contemplados pelo desquite) e direitos da mulher  conjuge ou companheira que convivam maritalmente sobe o mesmo teto, teve modificações, que recaem a bem da mulher, e outras edificações jurídicas.

Neste contexto, ao Amor não cabe imposição, interesses familiares ou grupais. Não cabe mais construir metáforas romanescas, o sofrer por sofrer de amor... como nos contos de fadas em que do interior da Fera sempre houvera esperança de ressurgir um príncipe para a Bela retratar sua saga em lindos acalantos. Se assim fora, maravilha! Mas quando comprovadamente a Fera for realmente 'fera' - não há alternativa se não sair desse relacionamento escravagista, repleto de pancadaria, infidelidade e desamor, onde a mulher é mais objeto do que um traste jogado no sótão.

Só aproveitando, o exemplo de uma personagem já citada - Domitila - conta a História que recebia constantes espancamentos por Felício seu primeiro marido, do qual mesmo ela tendo sofrido tentativa de homicídio (hoje, não sei por que, se diz feminicídio) como se as mulheres não fossem da espécie humana, fossem E.Ts. Mas, Domitila sofria de Felício  inúmeras agressões físicas - Felício era oficial mineiro do Corpo dos Dragões de Vila Rica . Tentou Felício se reconciliar com Domitila, dizendo-se regenerado; mas não; a bebida, a violência de caráter e o jogo de cartas o levaram a produzir duas facadas em Domitila uma na coxa, outra no abdômen, esta ficando meses entre a vida e a morte.

O inverso em menor número também é válido, sendo o mais constante a infidelidade conjugal ou adultério por causa de falha moral, quando não por outra causa.

Tudo se resume na falta de Amor de um para com outro, a falta de interesse no bem estar comum somados ao desdém para com as necessidades biológicas naturais e emocionais do outro... 

Quando é assim, com total falta de cumprimento das obrigações conjugais e sexuais, não têm solução; não têm remédio ou terapia de autoajuda que dê jeito. Quando as outras mulheres são melhores que a sua, ou vice-versa, o casamento estará falido.

Eu sei que às vezes é difícil de aceitar um papo assim direto. Mas há a questão da dignidade ou amor pessoal (antigamente se falava em honra - lavar a honra), marcavam-se até duelos... hoje se mata com tiros ou facadas, pauladas, linchamentos...

Não importa mais a classe social. Quem mora em condomínio ou apartamentos em edifícios de vários andares, onde predominam ricos e classes médias altas, não são ‘pés -rapados’...  e noticiários atuais divulgam assassinatos passionais (contra  mulheres) nesses locais. 

Não perca sua cabeça porque alguém não lhe corresponde ao amor que acha que é maior que da outra pessoa. Num dos casos o homem tinha 59 anos a mulher (e muito bonita) tinha 28. Ele espera mais o que da vida agora? Outra mulher a princípio, sabendo quem ele é, o que fez ou pode fazer, não vai  aceita-lo nem com vela amarela acesa.

Não somos nós que iremos traçar os caminhos. Estragando-se a travessia, vai ficar de difícil a impossível atingir o porto do destino. Meu pai em sua filosofia rude de sulista dizia: “Não ponha anel de ouro em focinho de porco. E... quem te despreza é porque nunca te amou!”

Estamos falando de Amor que comporta uma equivalência correspondente, como fossem dois pratos de uma balança nivelados em peso e valor. Como um nível cuja bolha estará perfeitamente encaixada no demarcador do relacionamento. Evitar os desvios e desníveis, sopesando a um mais e outro menos, onde este último vai sofrer lastimar e chorar.

Além do amor próprio que carregará consigo seja com quem for, deve estar certo que em questões humanas se ganha e também se perde. É o caso de saber quando e o motivo de pôr um fim num relacionamento. Sem rusgas, sem culpas, sem estresse.
Em nenhum momento podemos dizer que é fácil - também por isso foi dito 'saber terminar.' Livrar-se daquilo que é desamor: fábrica de lágrimas, tristezas, angústias e de infelicidade. Valorize-se, dê a você, todo o amor que não recebe. A outra pessoa não é nenhum ídolo, é de carne e osso - ou carne de pescoço - como diziam os mais antigos; e faz todas as mesmas necessidades fisiológicas que você, igualitariamente. 
Transfira o amor que não recebe em bônus  de valor para você. E saia de cabeça erguida para encontrar outro alguém digno de todo o Amor que tem para dar.
Uma pessoa pode parecer absolutamente encantadora no começo, mas talvez logo você tenha que se perguntar para onde foi aquele encanto... antigamente "aquele corpinho de violão" para a mulher - hoje se diz 'aquele corpão', barriga de tanquinho, etc.

O amor verdadeiro é algo que vai além de amar as coincidências; que, aliás, é o que há de menos importância na composição da psicobiologia das pessoas. Um amor sincero e verdadeiro é se apaixonar pelas diferenças, sabendo que os seres humanos - todos - são possuidores de imensa diversidade, tanto quanto o número de células que o compõe. E com grande regularidade, ao conhecermos outro alguém, nos momentos iniciais de interação, formarmos a primeira impressão, impressão essa que é influenciada pelas atitudes e gestos, ou seja, comportamentos. Pesa nos primeiros contatos e encontros o conhecimento de como essa pessoa é, e se vai muito pela  aparência física.

Ainda acontece de vir no ‘pacote’, a ilusão de que a aparência, aspectos físicos e comunicação corporal, dizem das características da personalidade humana, a compreensão da vida e tudo o mais que a formam.
Dou como exemplo - de homem que sou - a aparência física, o corpo de uma mulher, em suma sua beleza: seus cabelos [se forem da cor que aprecia, melhor sendo naturais], altura, postura, andar, como se veste... Aqui é importante dizer que a primeira impressão é a que fica. Se quiser conquistá-la para relacionamento sério, vai detalhar sobre esse caso. Se nem pensa nisso, pouco importa como ela está vestida ou ‘desvestida’, o que no caso até se é melhor.

Na intensidade que almejam (ambos) obterem, a atratividade física vai estar no topo das preferências. Também há a propositura da visão do ‘belo’, “cada ponto de vista é uma visão de um ponto” - quem ama o 'feio', bonito lhe parece.




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