O Amor é um sentimento nobre demais
para se viver mendigando.
NÃO REMENDE
ROUPA VELHA COM PANO NOVO
O título
pode parecer díspar frente ao que vai ler, mas à medida da leitura do
assunto, ele se encaixa.
O Amor entre
um casal é na verdade pouco falado como se deve .
Ou é colocado quase sempre sobre
os trilhos da teologia, dos aconselhamentos vestidos de autoajuda, ou
tecnicamente pela psicologia-social e outras áreas se o caso for específico. Na
grande razão só deveria vir de forma natural, como o verdadeiro sentimento que
é - da composição do ser humano e sua atração pela outra pessoa.
À medida que o casal precisa de constante, repito, constante, intervenção externa nos moldes citados, mais inclusive o policial e seus desdobramentos, começamos a pensar no que o título deste ensaio tem a nos dizer.
A História tem
fatos reais e romances às centenas - sobre uniões baseadas nos interesses
financeiros, nobiliárquicos ou políticos, onde um dos cônjuges -normalmente
eram as mulheres que mais sofriam - passavam a ser somente um objeto sexual, uma
serviçal e 'boa' parideira. Que, aliás,a sequência maternal era para mantê-las confinadas aos filhos - para os homens de posses, terem tempo para seu harém espalhado pela cidade e
vizinhanças, ou nos lupanares. Os pobres tinham muitos filhos pelo contrário, por não terem dinheiro para os lupanares, e também para obter em casa mesmo, as mãos de obras, comuns desde as crianças a partir dos seis anos de idade.
Hoje estes
fatos não são mais segredo para ninguém. Até o nosso rei ou Príncipe Regente
Dom Pedro I, teve seus casos de lazer sensual nos lupanares e com
bailarinas francesas, com pelo menos duas teve filhos, e se enroscou por mais
tempo com Domitila de Castro Canto e Melo - que elevou a Marquesa de Santos - também não
lhe sendo fiel, pois teve um filho com a sua “lugar- cunhada” irmã de sua
amante Domitila, a qual morava no Rio de Janeiro. E, existiram outros casos de Sua Majestade Dom Pedro de Orleans e Bragança.
Hoje
felizmente apesar de uns pesares há uma maior libertação e algum apoio maior às
mulheres. E em curso várias reivindicações de iniciativa delas e parlamentares. Quando me formei em Ciências Jurídicas e Sociais, nos anos 80, não havia a Delegacia da Mulher, nem a Lei Maria da Penha, que de forma incontesteste foi um avanço no reforço à defesa da mulher, além de juridicamente no Código Penal e Processo Penal, artigos que tratavam da "honra do marido traido" mesmo nos casos de homicídio, também no Código Civil e seu regulamentador o CPC, o capítulo, parágrafos e artigos que tratam da família (Direito de Família); as separações: pós-divórcio (antes não contemplados pelo desquite) e direitos da mulher conjuge ou companheira que convivam maritalmente sobe o mesmo teto, teve modificações, que recaem a bem da mulher, e outras edificações jurídicas.
Neste
contexto, ao Amor não cabe imposição, interesses familiares ou
grupais. Não cabe mais construir metáforas romanescas, o sofrer por sofrer de
amor... como nos contos de fadas em que do interior da Fera sempre houvera esperança de ressurgir um príncipe para a Bela retratar sua saga em lindos
acalantos. Se assim fora, maravilha! Mas quando comprovadamente a Fera for
realmente 'fera' - não há alternativa se não sair desse relacionamento escravagista,
repleto de pancadaria, infidelidade e desamor, onde a mulher é mais objeto do que um traste
jogado no sótão.
Só
aproveitando, o exemplo de uma personagem já citada - Domitila - conta a História
que recebia constantes espancamentos por Felício seu primeiro marido, do qual
mesmo ela tendo sofrido tentativa de homicídio (hoje, não sei por que, se diz feminicídio) como se as mulheres não fossem da espécie humana, fossem E.Ts. Mas, Domitila sofria de Felício inúmeras agressões físicas - Felício era oficial mineiro do Corpo dos Dragões de Vila Rica . Tentou Felício se reconciliar com Domitila,
dizendo-se regenerado; mas não; a bebida, a violência de caráter e o jogo de cartas o
levaram a produzir duas facadas em Domitila uma na coxa, outra no abdômen, esta
ficando meses entre a vida e a morte.
O inverso em
menor número também é válido, sendo o mais constante a infidelidade conjugal ou
adultério por causa de falha moral, quando não por outra causa.
Tudo se
resume na falta de Amor de um para com
outro, a falta de interesse no bem estar comum somados ao desdém para com as
necessidades biológicas naturais e emocionais do outro...
Quando é assim, com total falta de cumprimento das obrigações conjugais e sexuais, não
têm solução; não
têm remédio ou terapia de autoajuda que dê jeito. Quando as outras mulheres são
melhores que a sua, ou vice-versa, o casamento estará falido.
Eu sei que
às vezes é difícil de aceitar um papo assim direto. Mas há a questão da
dignidade ou amor pessoal (antigamente se falava em honra - lavar a honra), marcavam-se
até duelos... hoje se mata com tiros ou facadas, pauladas, linchamentos...
Não importa mais a classe
social. Quem mora em condomínio ou apartamentos em edifícios de vários andares,
onde predominam ricos e classes médias altas, não são ‘pés -rapados’... e noticiários atuais divulgam assassinatos
passionais (contra mulheres) nesses
locais.
Não perca sua cabeça porque alguém não lhe corresponde ao amor que acha
que é maior que da outra pessoa. Num dos casos o homem tinha 59 anos a mulher
(e muito bonita) tinha 28. Ele espera mais o que da vida agora? Outra mulher a
princípio, sabendo quem ele é, o que fez ou pode fazer, não vai
aceita-lo nem com vela amarela acesa.
Não somos
nós que iremos traçar os caminhos. Estragando-se a travessia, vai ficar de
difícil a impossível atingir o porto do destino. Meu pai em sua filosofia rude
de sulista dizia: “Não ponha anel de ouro em focinho de porco. E... quem te
despreza é porque nunca te amou!”
Estamos
falando de Amor que comporta uma
equivalência correspondente, como fossem dois pratos de uma balança nivelados em
peso e valor. Como um nível cuja bolha estará perfeitamente encaixada no
demarcador do relacionamento. Evitar os desvios e desníveis, sopesando a um
mais e outro menos, onde este último vai sofrer lastimar e chorar.
Além do amor
próprio que carregará consigo seja com quem for, deve estar certo que em
questões humanas se ganha e também se perde. É o caso de saber quando e o
motivo de pôr um fim num relacionamento. Sem rusgas, sem culpas, sem estresse.
Em nenhum
momento podemos dizer que é fácil - também por isso foi dito 'saber terminar.' Livrar-se daquilo que é desamor: fábrica de lágrimas,
tristezas, angústias e de infelicidade. Valorize-se, dê a você, todo o amor que
não recebe. A outra pessoa não é nenhum ídolo, é de carne e osso - ou carne de
pescoço - como diziam os mais antigos; e faz todas as mesmas necessidades
fisiológicas que você, igualitariamente.
Transfira o amor que não recebe em bônus de valor para você. E saia de cabeça erguida
para encontrar outro alguém digno de todo o Amor que tem para dar.
Uma pessoa pode parecer absolutamente encantadora no
começo, mas talvez logo você tenha
que se perguntar para onde foi aquele encanto... antigamente "aquele corpinho de violão" para a mulher - hoje se diz 'aquele corpão', barriga de tanquinho, etc.
O amor verdadeiro é algo
que vai além de amar as coincidências; que, aliás, é o que há de menos importância
na composição da psicobiologia das pessoas. Um amor sincero e verdadeiro é se
apaixonar pelas diferenças, sabendo que os seres humanos - todos - são possuidores de imensa diversidade, tanto quanto o número
de células que o compõe. E com grande regularidade, ao conhecermos outro alguém, nos momentos iniciais de interação,
formarmos a primeira impressão, impressão essa que é influenciada pelas atitudes
e gestos, ou seja, comportamentos. Pesa nos primeiros contatos e encontros o
conhecimento de como essa pessoa é, e se vai muito pela aparência física.
Ainda acontece de vir no
‘pacote’, a ilusão de que a aparência, aspectos físicos e comunicação corporal,
dizem das características da personalidade humana, a compreensão da vida e tudo
o mais que a formam.
Dou como exemplo - de homem que sou - a aparência física, o corpo de uma
mulher, em suma sua beleza: seus cabelos [se forem da cor que aprecia, melhor
sendo naturais], altura, postura, andar, como se veste... Aqui é importante
dizer que a primeira impressão é a que fica. Se quiser conquistá-la para
relacionamento sério, vai detalhar sobre esse caso. Se nem pensa nisso, pouco
importa como ela está vestida ou ‘desvestida’, o que no caso até se é melhor.
Na intensidade que
almejam (ambos) obterem, a atratividade física vai estar no topo das
preferências. Também há a propositura da visão do ‘belo’, “cada ponto de vista
é uma visão de um ponto” - quem ama o 'feio', bonito lhe parece.