Eu voava
tão livremente,
No declinar
do sol trinava;
Sabiam que
alegremente,
Era meu
canto que entoava.
Um dia fiquei sem poder
Escapar de cruel prisão,
Criminoso
sem nada fazer,
Sem dó nem
compaixão.
Atirado neste
canto imundo,
Foram
minhas asas cortando.
Solto um
trinado profundo,
Mas estava apenas delirando.
Como não
cantava na cela,
O carcereiro
ia me soltar...
Pendurada a
gaiola na janela,
Ri o
taberneiro: - Estás a cantar!
Pobre de
mim estava sonhando
No azul
profundo do céu a voar...
Ri o
taberneiro assim zombando:
Ó cantaste!
Não irei mais te livrar...
Triste sina
a deste pobre passarinho,
Que apenas
sonhou a seu ninho voltar;
Era uma
mamãe, zelosa dos filhinhos:
Jamais comeu, para da vida se livrar...
Pobrezinha ave prisioneira deste fado,
Assim, enjaulada na gaiola ao cantar,
Perfiando o bigode fala o malvado:
"Tu cantaste, não vou mais te soltar".
Prisioneira a pobrezinha foi definhando,
Emudeceu; o algoz deixou-a sem comer,
Suas asas e penas foram se atrofiando,
Caindo plumas e penas sofreu até morrer.
[Mauro Martins Santos]
Pobrezinha ave prisioneira deste fado,
Assim, enjaulada na gaiola ao cantar,
Perfiando o bigode fala o malvado:
"Tu cantaste, não vou mais te soltar".
Prisioneira a pobrezinha foi definhando,
Emudeceu; o algoz deixou-a sem comer,
Suas asas e penas foram se atrofiando,
Caindo plumas e penas sofreu até morrer.
[Mauro Martins Santos]
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