quinta-feira, 9 de março de 2017

ACREDITO QUE SOMOS UM ELO INDIVISÍVEL

ACREDITO QUE SOMOS 
UM ELO INDIVISÍVEL





William Ricketts (1898-1993) era um oleiro e escultor autodidata que tinha uma ligação pessoal com os povos aborígines do continente australiano. Ele nasceu no subúrbio de Richmond, Victoria, mas freqüentemente fazia viagens para viver entre os Pitjantjatjara  e Arrernte, povoados da Austrália central.

O Santuário William Ricketts é o lar de 92 destes monumentos. 
Eles preservam espaço para aqueles que mantêm uma existência harmoniosa com o meio envolvente diante de um mundo modernizante. 

Ele nos deixa com estas palavras:
"A espiritualidade é eterna e eu quero que o povo considere este santuário exatamente dessa forma, atemporal e eterno. Todo o meu trabalho expressa reverência para a vida eterna. 
Eu acredito que somos um elo indivisível 
ligado com tudo que é vivo e não pode ser separado.




















                                   
                           Crédito para todas as imagens de aborígenes 
                                               da Austrália: Arteide.




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Que não se parta ainda o elo da abissal eternidade,
Nem o feixe de luz - e a elevada força se transcenda,
Antes que se rompa o insondável enigma da verdade.
[m.m.s.]


Foto
Mulher indígena caiapó, brasileira.
Repare-se os traços faciais e cabelos asiáticos.






Representação artística - mulher indígena USA.

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Que não se quebre ainda o fio


Que não se quebre ainda o fio,
Nem fim da esperança, que dure na memória
Debaixo da luz do cair da tarde,
(...)
Que não se detenha ainda mesmo
O incorruptível curso do tempo
E que as águas transcorram...

As mesmas águas que nos levam:
Luminosas e amargas;
Enquanto durar meu canto.

José Ángel Valente, in ”Que no se quiebre todavía el hilo”.


Livre tradução

M. Martins Santos

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