sexta-feira, 22 de abril de 2016

SER GAÚCHO







SER GAÚCHO



Ser gaúcho não é tão só ter nascido e morar no Rio Grande, mas sim, um estado de espírito constante, um sentir de minuano, um cheiro de pampa, uma visão da querência, ter uma prenda por lá ou a ter a seu lado. 




Ter conhecido e revisitar tua guria. Ser gaúcho é um estilo de vida, é ter o coração campeiro com sangue de guapo correndo nas veias. Podes morar noutros pagos, andejando por onde estiveres, mas se fores gaúcho de verdade, levarás o Rio Grande contigo na garupa.


O tempo em que ainda não puderes voltar ao rincão, não se adaptará só com a saudade: tu voltarás um dia, seja o mais longe em que estiveres de teu Rio Grande do Sul. 




Quem nasce no Rio Grande  tem a alma e o coração plantada como flor-de-campo que de sua Pátria Gaúcha não se separa jamais.



O gaúcho, no entanto, não é só e apenas uma resultante biológica das miscigenações: é, também uma resultante psíquica de muitas influências psicológicas, desde a agressividade do tape, do charrua, do minuano (indígenas) até o aventurismo bandeirante que partiram de São Paulo para os confins de nosso território. Mesclam ainda o idealismo místico jesuítico dos Sete Povos.



Amam tanto sua terra com caprichoso gosto pelas lonjuras a perder de vista dos pampas, como árvore de fortes raízes que retiram do solo de sua querência sua seiva, seus encantos, suas rimas da poesia seu forte canto. 


Gerações desses gaúchos taitas, modelaram o caráter firme e de propósitos retos. Têm orgulho de seu Estado que chamam de pátria, República Riograndense, não por serem mais, ou julgarem ser melhores que os demais irmãos brasileiros, mas desejam sempre deixar provado que se a Pátria Mãe os chamar não hesitam em servi-la, 
provado está que o gaúcho é considerado 
o melhor e mais arrojado soldado do solo brasileiro. 
Transferem o enorme amor pelo Rio Grande 
potencializando esse amor ao Brasil.

A REPÚBLICA RIO GRANDENSE






Um pouco de poesia crioula e nativista gaúcha:

"Gaúcho eu sou,
nasci feliz,
nesta terra formosa onde estou,
sob o céu de meu lindo país.

Vim lá de fora,
sou laçador,
só não pude laçar até agora,
o teu amor.

Gaúcho forte
pra querência voltarei,
do potreiro dos teus olhos
nunca mais me afastarei!"

[Manoel Faria Corrêa, Canção Gaúcho Sou.]



"Sou monarca nestas plagas.
E livre como o pampeiro.
A campanha é meu palácio.
O valor meu escudeiro!

Não me seduzem os tronos,
Nem das grandezas o brilho.
Eu tenho também um trono
Debaixo do meu lombilho!

Pernoito pelas cochilhas,
Sozinho, mas sem receios.
Meu cobertor é meu poncho;
Minha cama os meus arreios!

De laço e bolas nos tentos,
No lombo do meu ginete,
Não há quem não me respeite
Nestes campos de Alegrete!

Conheço estes pagos todos,
Como a estância onde nasci,
Do Uruguai ao Atlântico,
Do Paraná ao Chuí!"

[Gabriel Pereira, Canção do Gaúcho]




































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